domingo, 5 de junho de 2011

Quarto de hotel














Apeguei-me a tua pele.

Desnudos, os nossos olhos se admiravam
surpresos com o mel profundo materializado no olhar
atraídos, traídos pelo magnetismo que silenciava a voz.

Se beijavam nossas almas
encantadas pelo primeiro encontro
vivido, saboriado, desejado.

Dialogavam nossos corações
enquanto tratávamos de parar o relógio
na vida que acabávamos de inventar.

Daquele instante era feita a nossa existência
não toda, mas toda inteira
como a imagem da última lua cheia.

Confissões sem solicitação
compartilhamos nosso dia-a-dia
sem compartimentar nossa energia.

Ficamos parados naquele quarto de hotel
experimentando... experimentando... experimentando...
Apenas comendo do banquete que se oferecia à mesa.

Iguais a todos os hóspedes.
Desiguais de todos os seres.
Nascendo e morrendo junto com cada célula do nosso corpo.










2 comentários:

  1. Quartos de Hotel, intensos. Parecem micro mundos, seres com anciã de sensar,sentir e por um instante acreditar que tudo ficou fora.
    Adorei,delicia de texto...

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