quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Essência


Essencialmente me perdi
perdi o melhor dos meus sonhos
perdi o emprego que a mim parecia o melhor
o melhor dos meus versos
perdi o traçado daquele fabuloso plano
e a sensação de segurança maior

Me perdi no verde olhar daquele encontro
e ao longo dos anos, no meu próprio labirinto,
me escondi do espelho,
fiz minha auto-imagem em preto e branco
mas meu coração, eu pintei de vermelho

Vermelho que ora dava lugar ao laranja
ora ao amarelo girassol
ora ao verde cura
num revezamento vivo
ora preto, ora colorido
sob a sombra, sob o sol

Perdi o choro da madrugada
a dor e a alegria de alimentar (-me)
o olhar que era pra mim
e a mãozinha que a minha ia segurar
a primeira palavra
e o momento de engatinhar
me perdi debaixo daquela terra.

Me perco todo dia
numa ânsia desesperada de me achar
quanto mais numerosas as tentativas
mais certeza de que o grão morre
pra só depois germinar

Quando acha que se perdeu tudo
e que não há mais nada para ser desfeito
fica a impressão de que o que sobrou
é puro, a colorida essência
o que realmente não pode se perder:
o aprendizado, alguma dor, sensibilidade
o amor, simplicidade, verdade-ser
Todas as cores do arco-íris
o vermelho da vontade de viver!!!








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